JESSYE NORMAN (1945 – 2019)

uma das raras cantoras negras a alcançar o estrelato mundial no mundo da ópera

Jessye Norman (1945 – 2019)

Lembramos hoje, Jessye Norman (1945 – 2019), uma das mais admiradas cantoras de ópera contemporâneas, uma das artistas mais bem pagas no mundo da música de concerto.

Jessye veio de uma família negra de classe média, nascida em Augusta, Geórgia, em 1945, período em que as tensões raciais eram muito intensas no sul dos Estados Unidos.

A família foi sua primeira referência musical, o pai cantava, a mãe e o avô materno tocavam piano, além de frequentar a Igreja Batista do bairro com intensa atividade musical. Assim Jessye, desde os quatro anos, se destacou cantando na igreja e posteriormente descobriu a ópera ao escutar récitas transmitidas pelo rádio.

Jessye dizia:

As histórias contadas nas óperas não eram diferentes das que eu conhecia. Um rapaz encontra uma garota, apaixona-se por ela, por alguma razão eles não podem ficar juntos e tudo se encaminha para um final triste”.

A soprano estadunidense viveu uma trajetória marcada pela voz imponente, qualidades emocionais expressivas, e um estilo intelectual formidável. Graças a uma bolsa integral, estudou música na Universidade Howard, de Washington. Posteriormente, continuou sua formação no Conservatório Peabody, em Baltimore, e na Universidade de Michigan.

Jessye Norman (1945 – 2019)

Nada foi capaz de deter a trajetória da grande artista. Dona de uma personalidade magnética, com sua imponente presença física, e uma extensão vocal admirável, sempre causou profunda impressão nas plateias por onde passou, interpretando com frequência papéis de princesas ou de outras figuras nobres inusitadas para cantoras negras.

Jessye Norman (1945 – 2019)

O repertório de Norman atravessa quatro séculos da história da música, começando no período barroco e chegando ao moderno. Além das óperas de Wagner, interpretou Beethoven, Berlioz, Gluck, Mozart, Strauss e Verdi. Também cantou, entre outros, peças de Berg, Brahms, Debussy, Mahler, Ravel, Schubert e Schumann.

Admirável e versátil, Norman se aventurou no jazz gravando um álbum celebradíssimo com o pianista e compositor Michel Legrand.

Não foram poucas as honrarias e celebrações que o fenômeno mundial da ópera, Jessye Norman, rompeu e venceu. Quatro prêmios no Grammy Awards, em 1989, no bicentenário da Revolução Francesa, data máxima da França, foi uma negra americana que cantou La Marseillaise. Foi à voz inconfundível de Jessye que brilhou na posse de dois presidentes dos Estados Unidos, Ronald Reagan, em 1985, e Bill Clinton, em 1997. Nos 60 anos da Rainha Elizabeth 2ª, da Inglaterra, em 1986. Na celebração dos 70 anos de Nelson Mandela, em 1988. Na abertura dos Jogos Olímpicos de 1996, em Atlanta. Na cerimônia pelas vítimas do 11 de setembro, em 2002. Norman sempre defendeu a diversidade e teve uma intensa atuação no engajamento a obras sociais e humanitárias.

60 anos da Rainha Elizabeth 2ª, da Inglaterra, em 1986

Jessye Norman morreu aos 74 anos na cidade de Nova York, deixando seu legado para o mundo da ópera.

Jessye Norman (1945 – 2019)

A família assim se pronunciou:

“Nós estamos orgulhosos das conquistas musicais de Jessye e da inspiração que ela foi para plateias por todo o mundo. Estamos igualmente orgulhosos de sua humanidade e seu ativismo em causas como a fome, falta de moradia, o desenvolvimento de jovens e a educação de arte e cultura”.

Ouviremos Jessye Norman interpretando Habanera (da ópera Carmen de Bizet)  com a Orquestra Nacional da França, sob a regência de  Seiji Ozawa.

Observe a expressividade e o timbre inconfundível de Jessye.

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