“Miúcha, a voz da Bossa Nova”

uma Jornada Musical e Emocional

Cartaz do Filme: Miucha a voz da Bossa Nova
 

Nesta semana falaremos sobre a icônica cantora Miúcha, conhecida como “A Voz da Bossa Nova.” Seu legado na música brasileira é indiscutível, e agora, graças ao trabalho cuidadoso dos cineastas Daniel Zarvos e Liliane Mutti, temos a oportunidade de conhecer mais sobre sua vida e carreira por meio do longa-metragem “Miúcha, a voz da Bossa Nova”.

O filme, narrado pela atriz Silvia Buarque, sobrinha de Miucha, e com a voz pessoal da própria artista, é uma verdadeira viagem no tempo. Utilizando imagens de arquivo que incluem cartas, depoimentos, diários, filmes em Super 8, fitas cassetes e aquarelas, a obra nos apresenta o retrato de Miúcha nas décadas de 60 e 70, enquanto ela enfrentava os desafios e as amarguras da busca por seu sonho de se tornar uma cantora de destaque.

Miúcha, cuja jornada a levou de Nova York a Paris, passando pela Cidade do México e Rio de Janeiro, conviveu com verdadeiros gigantes da música e da cultura. Ela foi esposa de João Gilberto, protegida de Vinícius de Moraes, irmã de Chico Buarque, companheira de Tom Jobim e a voz que encantou ao lado do sax de Stan Getz. Uma trajetória grandiosa que, no entanto, não foi isenta de desafios.

O filme também nos leva aos bastidores dos encontros de Miúcha com a poeta chilena Violeta Parra, que a apresentou a João Gilberto em Paris, e com Simone de Beauvoir, que a conheceu no Rio de Janeiro, em um encontro na casa dos seus pais, o historiador Sérgio Buarque de Hollanda e a pianista Maria Amélia

Liliane Mutti, uma das mentes por trás do projeto, revela:

“Esse material inédito é muito revelador. Mesmo a família e os amigos mais íntimos descobrem pontos da vida e criação de Miúcha que só foram contados por ela a nós, durante os últimos dez anos da sua vida. Somos levados a uma grande reflexão sobre o lugar e os desafios da mulher artista na sociedade. Miúcha viveu intensamente os anos 60 e 70, recorte escolhido para o filme, e deixou um legado de liberdade radical para todas nós”.

 Silvia Buarque, que teve a tarefa sensível de dar vida às cartas escritas por Miúcha, conta:

“O Daniel e a Lili me dirigiram bastante bem, mas foi um trabalho difícil porque eu tinha uma ligação muito especial com a Miúcha. A ideia nunca foi imitá-la, nem eu seria capaz. Mas eu queria pegar a cadência. Foi doloroso ouvir os recados dela, deu saudade… Mas também foi um trabalho prazeroso. Conheci um lado dela que eu não conhecia. Foi muito intenso, como era a Miúcha, gostoso e dolorido ao mesmo tempo”.

O filme não apenas destaca o talento inquestionável de Miúcha, mas também revela os desafios e dificuldades que ela enfrentou, inclusive nas mãos de João Gilberto, que a boicotou e silenciou em diversos momentos.

Não é à toa que “Miúcha, a voz da Bossa Nova” recebeu prêmios de destaque, como o de Melhor Longa de Música no Festival Internacional de Cinema Indie – Lisboa e o de Melhor Filme do In-Edit – México. Além disso, foi o único representante nacional na categoria musical da 38ª edição do Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, também no México.

Portanto, não percam a chance de conferir este emocionante e revelador documentário que joga luz sobre a vida e a carreira de Miúcha, uma das maiores vozes da música brasileira. Sua jornada é inspiradora e nos faz refletir sobre a importância das mulheres artistas na sociedade. Uma verdadeira obra de arte cinematográfica que merece sua atenção.

Para relembrar Miucha ouviremos a canção “Pela Luz dos Olhos Teus” é uma parceria de Tom Jobim e Vinícius de Moraes lançada em 1977 no álbum “Miúcha e Antônio Carlos Jobim”.

*Depois, deixe seu comentário e vamos papear também nas Redes sociais!

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.