Muito além de uma princesa acanhada e melancólica, Leopoldina teve grande destaque na cultura e na política brasileira. Culta, preparada e caridosa, a princesa austríaca foi amada principalmente pelos pobres e escravos do Brasil. Era chamada
“A Mãe dos brasileiros”

Retrato de Dona Leopoldina de Habsburgo e seus filhos, 1921
Domenico Failutti, 1921
Óleo sobre tela 233 x 133 cm
São Paulo, Museu Paulista
Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena (1797-1826) a nossa princesa Leopoldina, nasceu em Viena, descente de uma das mais antigas dinastias da Europa – A Casa de Habsburgo – Leopoldina recebeu educação esmerada na qual incluía o estudo sério da música.O compositor Franz Schubert (1797 – 1828) era amigo de sua família e frequentador assíduo do Palácio de Schönbrunn onde a princesa residia na Áustria.
Das princesas normalmente não se exigia muito, elas deveriam aprender além de bons modos, bordar e tocar um pouco de piano. Porém, na casa dos Habsburgos, as mulheres deviam aprender muito mais, possuindo um nível cultural elevado, submetidas, desde a infância, a um programa intensivo de aulas diárias, adquirindo conhecimentos científicos, políticos, históricos e artísticos.
O responsável pela formação musical de Leopoldina, na Áustria, foi o compositor nascido na Boêmia (atual República Tcheca), Leopold Koželuh (1747-1818). Além de ser professor de música de Leopoldina, Koželuh conviveu intensamente com a princesa, conforme ela própria narrou por cartas à irmã Maria Luiza:
“Na ultima sexta-feira toquei um concerto de Koželuh, que saiu muito bom, […] dezessete músicos me acompanharam e eu tremia como vara verde. […]”. (KANN, 2006, p. 191).
Aos vinte anos a princesa Leopoldina casou-se com Pedro de Alcântara (1798-1834), futuro dom Pedro I do Brasil e Pedro IV de Portugal. Naquela época, o casamento entre nobres significava um tratado de relações exteriores, na realidade visando interesses políticos e econômicos entre os países envolvidos.
Leopoldina, ao se casar por procuração com o Príncipe dom Pedro I, não sabia muito bem o que a esperava no Novo Mundo, a princesa trouxe então para o Brasil além de grande comitiva composta de pintores, cientistas e botânicos europeus, um grande acervo de partituras, na qual inclui as obras do professor Koželuh.
Muito amada pelos brasileiros, Leopoldina viveu, no Rio de Janeiro, em uma corte pobre e repleta de problemas. Culta, preparada e caridosa, a princesa austríaca foi amada principalmente pelos pobres e escravos do Brasil. Era chamada “A Mãe dos brasileiros, e, embora tenha sido retratada até pouco tempo, como uma mulher melancólica e humilhada com os escândalos e relações extraconjugais do príncipe, a historiografia mais recente, têm reivindicado a Maria Leopoldina uma imagem menos passiva na história nacional.
Muito além de uma princesa acanhada e melancólica, Leopoldina teve grande destaque na cultura e na política brasileira. É considerada, atualmente, como a primeira mulher a governar o Brasil. Era Leopoldina quem estava no poder no Rio de Janeiro quando dom Pedro proclamou a Independência às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo.

O gosto pela música tanto dela como do marido Pedro foi o primeiro elo de interesse do casal. Com educações tão diferentes, a Sala de Música, tornou-se um ambiente muito utilizado para o convívio do príncipe e da princesa.

Hino da Independência (1922)
Augusto Bracet
Óleo sobre tela 2500x 1900 cm
Rio de Janeiro, Museu Histórico Nacional
Ao levar para o Brasil seu acervo de partituras, e praticar estas obras em terras brasileiras, a Princesa Leopoldina contribuiu fortemente para a mudança da forma de compor de compositores que viveram e ou nasceram no Brasil deste tempo histórico.
Para ilustrar a vida musical da princesa, ouviremos de Leopold Koželuh o Concerto n. 1 em Fá Maior para piano e orquestra interpretado pela pianista Tomas Dratva, com a Slovak Sinfonietta Žilin da Eslováquia, regido pelo maestro Oliver von Dohnanyi.
Observe no concerto para piano e orquestra de Leopold Koželuch a personificação do clássico vienense, caracterizado pela leveza e elegância do som e a clareza formal de sua estrutura composicional.
Boa audição!
*Depois, deixe seu comentário e vamos papear também nas redes sociais!
Amei!! Muito interessante ❤️ É Muito ver um post que retrata a boa fama da princesa, saindo do papel de “coitada“.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Isto é muito importante. Conhecer a vida de mulheres fortes é muito inspirador. Muito obrigada pelo comentário Isabella. Bom te ver por aqui. Beijo.
CurtirCurtir
Nossa imperatriz, tão nobre, educada, inteligente e caridosa!
CurtirCurtido por 1 pessoa
Eu penso que nossa nação começou realmente tomar corpo,sim o amor do imperador Pedro l e principalmente ter uma imperatriz que amava esse mundo novo. Viva o brasil
CurtirCurtido por 1 pessoa