Compositor, organista, pianista e professor, Alberto Nepomuceno foi considerado precursor do nacionalismo brasileiro
Para 2020 estavam programadas várias comemorações artísticas e acadêmicas em homenagem a datas significativas de grandes compositores da música de concerto. O centenário da morte do compositor brasileiro Alberto Nepomuceno estava inserido nesta lista.
Compositor, organista, pianista e professor, Alberto Nepomuceno nasceu em Fortaleza, Ceará, em 06 de julho de 1864 e faleceu no Rio de Janeiro, em 16 de outubro de 1920, há 100 anos.
Em 1885 chega ao Rio de Janeiro para prosseguir seus estudos. Nepomuceno passa a residir, com a dupla de irmãos artistas plásticos naturalizados brasileiros, Rodolpho e Henrique Bernardelli.
A capital do Império vivia, neste momento histórico, uma grande efervescência politica, social e cultural. A corte presenciava uma verdadeira “febre” de festas, bailes, concertos e reuniões com a importação dos bens culturais da Inglaterra e França.
As Sociedades de Concertos e os Clubes eram comuns neste período. Foi frequentando o Clube Beethoven que Nepomuceno se aproximou do músico português Arthur Napoleão e do escritor Machado de Assis, bibliotecário do Clube.
A partir do convívio com os irmãos Bernardelli e de compositores, escritores e artistas do Club Beethoven, favoráveis às causas abolicionistas e republicanas, Nepomuceno compõe a Dança de Negros (1887), uma das primeiras composições na qual utilizou motivos africanos. Torna-se republicano e abolicionista, defensor do uso da língua portuguesa na música clássica, afirmando que:
“não tem pátria um povo que não canta em sua língua”.
A Dança de Negros, as ideias abolucinonistas e republicanas, bem como as composições e a defesa da lingua portuguesa, trouxeram ao compositor Alberto Nepomuceno, a fama de “nacionalista”, ou, “precursor do nacionalismo brasileiro”.
Entre os anos 1888 e 1895, Nepomuceno vive na Europa, onde aprimora seus estudos musicais, conhece e convive com músicos renomados como o francês Claude Debussy e o norueguês Edvard Grieg . Em 1895 casa-se com a pianista norueguesa Walborg Bang.
Em 2014, o professor João Vidal, lançou a publicação “Formação Germânica de Alberto Nepomuceno”, desconstruindo o mito do nacionalismo tão propagado na obra do compositor; Vidal revela dados importantes sobre a formação musical europeia revelada no conjunto composicional de Nepomuceno.
Independente da polemica sobre o nacionalismo na obra de Nepomuceno, faz-se interessante notar, uma composição com motivos étnicos africanos compostos ainda em 1887, estreados em 25 de abril de 1888, em Fortaleza – Ceará, menos de um mês antes da abolição da escravatura no Brasil.
Dança de Negros (1887) mais tarde, tornou-se o Batuque da Série Brasileira para orquestra com versão para piano a quatro mãos do próprio compositor, dedicada “ao amigo Rodolpho Bernardelli”. Batuque é, ainda hoje, uma das obras mais executadas de Alberto Nepomuceno.
Ouviremos o “Batuque” com a Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência do maestro Roberto Minczuk (1967).
Observe a inserção dos ritmos afro-brasileiros no Batuque de Alberto Nepomuceno.
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Que bom que gostou. Toda sexta-feira às 10 da manhã temos nova postagem. Abraço.
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Que ótimo!
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Amei!!!!! Tô aprendendo muito com estes posts!!!!! 🤩🤩🤩
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Fico honrada em saber disto. Grande abraço.
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Adorei!! Amo como seus posts sempre são interessantes e prendem a atenção, é gostoso de ler. E eu não lembrava dessa obra. Amei!
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Tem uma versão dela para 4 mãos. Posso te enviar. Beijo grande.
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