Uma cantora que influenciou gerações
Estrela máxima da Era de Ouro do Rádio, dona de uma voz poderosa, cuja extensão ia do contralto ao soprano, apelidada de “Rouxinol do Brasil”, Dalva de Oliveira nasceu no dia 05 de maio de 1917 em Rio Claro (SP).
O centenáio da cantora em 2017 foi o mote para a criação de um espetáculo musical que acabou se transformando em CD duplo pela gravadora Biscoito Fino, também disponível em plataformas digitas. Com idealização e produção de Thiago Marques Luiz, os roteiros dos espetáculos levaram a assinatura do pesquisador da música brasileira Ricardo Cravo Albin.
Segundo Thiago Marques Luiz, “A Dalva teve importância fundamental pra formação de toda uma geração de cantoras, incluindo a de Ângela Maria, que mais tarde influenciou Elis Regina, Maria Bethânia, Alcione e tantas outras. É um dos primeiros ícones femininos da música brasileira”.
Filha de pai carpinteiro e mãe portuguesa, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro aos 18 anos em busca de fama.
Nos primeiros anos na “cidade maravilhosa” Dalva de Oliveira frequentava o Cine Pátria, onde conheceu seu grande e conturbado amor, o também cantor e compositor, Herivelto Martins.
Para além do conturbado relacionamento, Dalva, Herivelto e Nilo Chagas, formaram em 1937 o histórico Trio de Ouro, com o qual fez muito sucesso com obras como “Ave Maria no Morro”.
Dalva e Herivelto experimentaram a fama, mas também as páginas policiais. Com uma separação com direito a perda da guarda dos filhos, machismo social e do próprio ex-marido. Dalva de Oliveira viveu dias de glória e de muito sofrimento.
Como se a arte imitasse a vida, as canções doloridas que Dalva de Oliveira entoava refletiam fielmente sua vida amorosa turbulenta. A batalha que ela travou através dos discos com Herivelto Martins, depois da separação do casal, registrou uma das mais tempestuosas e célebres relações do mundo musical no Brasil.
No final dos anos 40, Dalva partiu para carreira solo repleta de êxito comercial e artístico. Ricardo Cravo Albin define Dalva de Oliveira: “uma rainha das dores e das alegrias do povo”.
A vida do casal foi muito bem retratada na Série que se transformou em Filme “ Dalva e Herivelto – uma canção de amor”, (2010) de Maria Adelaide Amaral com direção de Denis Carvalho, tendo como protagonistas Adriana Esteves e Fábio Assunção, disponível na globoplay.
Tanto na Série quanto no Filme, há uma narrativa ágil, que consegue relatar fatos históricos como o governo de Getúlio Vargas; a eclosão da Segunda Guerra Mundial; o polemico governo do Presidente Dutra; o fechamento dos Cassinos e o surgimento da Televisão.
Maria Adelaide Amaral e Denis Carvalho conseguem ir e vir no tempo, pontuando por elipses, com variações cromáticas que situam as diferentes épocas, tendo como foco principal a música da Era de Ouro do Rádio. Vale a pena conferir!
Ouviremos a voz de Dalva de Oliveira em – Hino ao Amor, letra de Edith Piaf, música de Marguerite Monnot com versão em português de Odair Marzano.
Observe o timbre e vigoroso vibrato na voz de Dalva de Oliveira. A cantora sabia utilizar recursos dramáticos com eficiência como ninguém.
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Um aprendizado a cada Post!
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Obrigada por seu apoio sempre querida Ana Paula.
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Não conhecia o trabalho de Dalva , entretanto a melancolia passada na voz da cantora faz jus as letras das músicas interpretadas e história de vida tão contubarda.
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Aprecio com afetiva comemoração sempre que puder ouvir Dalva de Oliveira…um embalo n’alma…!!
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Ela foi um ícone.
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Uma das músicas e versão em português mais lindas de Edith ,interpretação magnífica de Dalva de Oliveira !!!!!
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Que voz e que canção sensacional.
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Ela foi uma Diva mesmo!
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