DE CHIQUINHA GONZAGA A MARIELLE FRANCO

Mulheres que Inspiram
Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935) Marielle Franco (1979 – 2018)

No mês das mulheres, o Papo Musical, se propôs a escrever sobre mulheres inspiradoras na música.  Este março, diferentemente de outros, chegou sem grandes comemorações.  Uma Pandemia em seu pior momento, mortes, desemprego, desespero, abandono.

Mulheres inspiradoras foi uma maneira de lembrar que a luta continua. Uma das sugestões vindas das redes sociais foi Chiquinha Gonzaga (1847 -1935). Mulher que nunca se negou a lutar por direitos, na época, inimagináveis, e, já foi tema de postagens anteriores desse Blog.

Chiquinha Gonzaga, pianista e compositora.

Chiquinha contrariou as normas sociais vigentes, separou-se do marido e conseguiu, contra tudo e todos, impor-se ao realizar sua música fora da vida doméstica, tornando-se a primeira maestrina a reger uma orquestra no Brasil. Ao se rebelar contra os costumes da elite carioca, Chiquinha Gonzaga passa a integrar um grupo de músicos que viria a se constituir no núcleo embrionário da música urbana brasileira. É autora de Abre Alas, primeira marchinha de carnaval brasileiro.

Chiquinha Gonzaga foi uma das mulheres a inspirar compositores a contar a história de “mulheres de luta” através de samba enredo nos carnavais cariocas.  Em 1985 e em 1997,  foi enredo das escolas Mangueira e Imperatriz Leopoldinense. 

Imperatriz Leopoldinense (1997)

Na década de 1960 as escolas de samba ganham força nas ruas, momento em que entra em cena o chamado samba enredo (também conhecido como de samba de enredo), subgênero do samba moderno, surgido no Rio de Janeiro nos anos de 1950, especialmente para o desfile de uma escola de samba. 

Carnaval Carioca (1960)

Todo ano, as academias,  promovem concursos internos, onde várias composições são apresentadas ao público em suas quadras, sendo que ao final, normalmente entre os meses de setembro e outubro, uma dessas músicas é escolhida como samba-enredo oficial para o carnaval do próximo ano.   

O samba campeão embala a escola durante a fase de preparação, ensaios técnicos até ser o ator principal no desfile de carnaval.  Interessante notar que para que um samba seja considerado samba-enredo, deve retratar, de forma fiel e inequívoca, o tema escolhido pela direção da escola.

Em 2021 não houve carnaval.  Não houve samba enredo, nem mesmo homenagem as “mulheres de luta”.

Lembramos, nesta edição, o samba enredo campeão de 2019. A Estação Primeira de Mangueira  sagrou se campeã do carnaval do Rio de Janeiro com o enredo  criado por Leandro Vieira, no qual, exaltou líderes que influenciaram a história do Brasil. O carnavalesco procurou retratar os marginalizados pela  história oficial, defendendo os pobres, negros e indígenas.

Desfile da Mangueira (2019)

Um dos momentos mais marcantes do desfile foi à inclusão de uma homenagem à vereadora  e ativista Marielle Franco (1979 – 2018), assassinada em março de 2018 e cujo crime permanece sem solução.

Ouviremos o samba campeão de 2019 de autoria de Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino, com solo da jovem, na época com 11 anos de idade, Cacá Nascimento.

Cacá Nascimento

Cacá assim se expressa sobre sua atuação:

“Estou muito feliz em representar essas mulheres. Mulheres que sofreram ou sofrem até hoje. Guerreiras que lutam por alguma causa.”

Observe a expressividade da interpretação da pequena Cacá Nascimento neste belo samba enredo.

*Depois, deixe seu comentário e vamos papear também nas Redes sociais!

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