um filme que nos convida a refletir sobre o papel das mulheres no mundo

No mês das mulheres revisitaremos um tema já abordado em postagens anteriores – mulheres silenciadas na música.
Um exemplo claro de resistência foi a musicista carioca Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935). Chiquinha contrariou as normas vigentes, separou-se do marido, e, conseguiu, contra tudo e todos, impor-se ao realizar sua música fora da vida doméstica, tornando-se a primeira maestra a reger uma orquestra no Brasil.

Escolhemos um tema que trata da cruel invisibilidade de mulheres – o filme “A Vida Invisível” é uma coprodução Brasil/Alemanha, com adaptação do romance A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, da escritora pernambucana, Martha Batalha. O livro e o filme expõem o machismo estrutural e sua interferência na vida feminina.

O longa é uma história dramática e verossímil enquanto possiblidade, com direção de Karim Aïnouz, produzido por Rodrigo Teixeira, assistência de Nina Kopko e pesquisa de Suzane Jardim.

No filme as irmãs Eurídice e Guida, personagens centrais da trama, são protagonizadas pelas atrizes Carol Duarte e Julia Stockle. O longa conta ainda em seu elenco com a participação de Gregório Duvivier, António Fonseca, Flávia Gusmão, Nikolas Antunes e a participação especial do ícone das artes cênicas: Fernanda Montenegro.

A história é passada no Rio de Janeiro de 1950, em época posterior a vivida por Chiquinha Gonzaga. Na narrativa Eurídice (Carol Duarte/Fernanda Montenegro) e Guida (Julia Stockler) são duas irmãs inseparáveis que moram com os pais em um lar conservador. Ambas têm um sonho: Eurídice o de se tornar uma pianista profissional e Guida de viver uma grande história de amor.

Infelizmente, apesar de retratar o passado, é fácil enxergar acontecimentos semelhantes ainda na atualidade. Aliás, muito do que se chama a atenção no filme é sua capacidade de retratar a realidade de mulheres com vozes e vontades silenciadas.
Para quem ama música, Eurídice, uma das irmãs que sonha em ser pianista, faz prova de piano no histórico Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e, no decorrer do filme pode-se desfrutar da trilha sonora assinada pelo alemão Benedikt Schiefer (1978) e ainda ouvir trechos de obras de J. S. Bach (1685 – 1750); Franz Schubert (1797 – 1828); Frédéric Chopin (1810 – 1849); Franz Liszt (1811 – 1886); Edvard Grieg (1843 – 1907); até Fados interpretados pela portuguesa Amália Rodrigues (1920 – 1999).

Vale a pena ver o filme que teve sua estreia mundial em de maio de 2019 em Cannes, sendo um dos premiados do Festival. Ao assistir esse longa, o expectador irá ver um trabalho excepcional de fotografia, direção de arte, som, montagem e uma trilha sonora exuberante.

Como a música é nosso principal objetivo, ouviremos uma das obras apresentadas em trechos de “Vidas Invisíveis” – De Frédéric Chopin (1810 – 1849); Estudo Op 10 No.9 interpretado pela pianista ucraniana Valentina Lisitsa (1973).
Observe a densidade de uma obra composta pelo polonês Chopin ainda na adolescência. Esse estudo faz parte dos 12 estudos pertencentes ao Op. 10. Os Estudos de Chopin não apenas apresentavam um conjunto inteiramente novo de desafios técnicos, mas foram os primeiros a se tornarem parte regular do repertório de concertos
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Muito bom o artigo. Excelente iniciativa se valer da música para promover a igualdade de gênero. Bravo!
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