VIDAS NEGRAS IMPORTAM!

 Muito além da primeira pianista negra a ingressar na Julliard School of Music
Muito além da primeira pianista negra a ingressar na Julliard School of Music.

Nina Simone (1933 –
2003)

Em meio à pandemia, uma onda de indignação contra o racismo se espalha por todo o mundo. Em todo o planeta, uma só voz: VIDAS NEGRAS IMPORTAM!

Talvez o isolamento, a reflexão e o contato com a imagem real do racismo filmada pelo celular e propagada pela mídia, fez vir à tona algo que acontece há séculos, todos os dias com os negros do mundo.

Na arte seria diferente? Infelizmente NÃO.  

No post desta semana falaremos sobre Nina Simone.

Pianista, cantora, compositora e ativista dos direitos civis dos negros norte-americanos, a estadunidense Nina Simone, conhecida como “musa do Jazz”  viveu todos os conflitos do seu tempo.  


Nina Simone

Sobre o título de “musa do jazz” ela dizia: “É o título que todo branco concede piedosamente aos cantores negros”.

Nas décadas de 70 e 80, Nina Simone acompanhou a ascensão e a queda dos direitos civis, a derrota do Black Power, a opressão sobre as mulheres negras e a persistência do racismo.

Nina Simone


i

 “Eu podia cantar para ajudar meu povo e isso se tornou o principal esteio da minha vida. Nem o piano clássico, nem a música clássica, nem mesmo a música popular, mas a música dos direitos civis.” 

Nina Simone (Eunice Kathleen Wayman) nasceu em Tryon, Carolina do Norte, EUA, em 21 de fevereiro em 1933, e morreu em Carry-le-Rouet, Provence-Alpes-Côte d’Azur, França em 21 de abril de 2003, aos 70 anos, enquanto dormia.

Seu talento surgiu logo aos três anos de idade, quando passou a tocar piano de ouvido e foi encorajada pela mãe, empregada doméstica e pastora metodista, a estudar piano seriamente.

Aos 12 anos sentiu na cor da pele o preconceito que a aguardava. Ao dar seu primeiro concerto, seus pais foram impedidos de ocupar os primeiros assentos, destinados exclusivamente a brancos.

“Eu estudei piano clássico por 22 longos anos e teria seguido carreira se tivesse dinheiro para isso. Acontece que eu era pobre e fui rejeitada pelo Curtis Institute of Music da Filadélfia [por ela ser negra]. Então, eu não tive alternativa além de cantar em clubes noturnos para sustentar a família [ela tinha sete irmãos]”, afirmou à Folha de São Paulo em setembro de 1988.


Julliard School of Music

Nina Simone estudou na afamada Julliard School of Music, se tornando a primeira negra a ingressar na renomada Escola de Nova Iorque. A pianista foi além, e, se tornou, como escreveu o repórter da Folha Thales de Menezes, no ano de 2017: “uma grande cantora de jazz e também de soul, rhythm’n’blues, pop, folk, gospel. Além de exímia pianista, tornou-se uma compositora inspirada e engajada na luta pelos direitos civis”.

A carreira e a vida de Nina foram conturbadas e polemicas. A musicista parecia ter uma busca insana pela perfeição e pelas causas relacionadas aos direitos humanos.  

Nina Simone

“Gastei muitos anos perseguindo a excelência, porque é nisso que se pauta a música clássica (…) Agora eu me dedico à liberdade, o que é muito mais importante”. Disse Nina Simone.

Ouviremos Nina Simone no Festival de Montreux em 1976 interpretando a canção “how it feels to be free”

Observe a genialidade de Nina Simone. Sua voz rouca e profunda, acompanhado de um piano na medida certa. Incrível!

Boa audição!

*Depois, deixe seu comentário e vamos papear também nas redes sociais!

4 comentários em “VIDAS NEGRAS IMPORTAM!

  1. Que performance magnífica sobre a liberdade racial da Nina Simone!!!

    Obg Gyovana, por divulgar o melhor da música e traze-la tão mais próximo da comunidade neste excelente projeto!

    DULCE REGINA DE OLIVEIRA
    Coordenadora de Projetos de Extensao- EMAC/UFG

    Curtir

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.