um pianista de fama internacional que vive em Goiânia

Goiânia, com certeza, é a cidade da diversidade. Aqui convivem as duplas sertanejas, a música instrumental, a MPB, o Rock, a música de concerto e muito mais.
A capital goiana se conectou ao mundo através de seu Batismo Cultural. Em cinco de julho de 1942, houve um grande movimento em torno da cultura nova capital. Delegações do Brasil inteiro, formadas por professores, artistas, lideranças políticas, culturais e religiosas, estiveram presentes nesse evento, como por exemplo, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck, Monteiro Lobato, Eva Todor, dentre outros.
Sobre o Batismo Cultural de Goiânia, assim se expressa o jornalista Francisco Barros:
“Esse marco poderia ser comparado com a Semana de Arte Moderna, de 1922. Foi uma grande revolução que consolidava a ideia de Getúlio Vargas da Marcha para o Oeste. Goiânia se consolidava como a entrada para o oeste brasileiro”
Não por acaso, nessa cidade vive, desde 1998, Luiz Medalha, um pianista considerado pelo crítico do jornal suíço (Zurique) Zurcher Zeitung:
“fenômeno de técnica dotado de um superior talento musical”
Qualificado pelo cronista de música do jornal italiano (Roma) L’Unita:
“pianista que faz da música um bloco granítico construído de forma monumental”
De uma família musical (Marília Medalha cantora/compositora é sua irmã), Luiz iniciou seus estudos de piano com Ordália Jacobino e deu-lhes sequência com Arnaldo Estrella a quem deve grande parte de sua formação pianística e musical.

Bolsista dos governos francês, húngaro e alemão de 1964 a 1973, Medalha estudou sob a orientação de Jacques Février em Paris, Pál Kadosa em Budapest, e Karl Engel e Hans Leygraf em Hannover, obtendo o mais alto título concedido a músicos na Alemanha: Solistenprüfung.
Sua atuação como solista e recitalista no exterior inclui apresentações na França, Suíça, Itália, Alemanha, Polônia, Chile, Uruguai e na Costa do Marfim, às quais se acrescem as principais salas de concerto do Brasil.
Atuou como camerista ao longo de toda sua vida profissional e, a partir de 1988, passou a integrar o Quarteto da Guanabara, na vaga deixada por Arnaldo Estrella.

Arnaldo Estrella (Rio de Janeiro 1908 -1980) tinha uma forte ligação com Goiânia e ao falecer, seus alunos foram direcionados ao assistente Luiz Medalha que acabara de chegar da Europa e assim, passou a ministrar aulas para os goianos – primeiro no Rio de Janeiro e posteriormente, aqui mesmo na cidade de Goiânia.

No âmbito das atividades pedagógicas, Luiz Medalha lecionou por três anos na Escola Goethe de Hannover, foi assistente de Arnaldo Estrella e recebeu convites para ministrar cursos na Universidade do Chile e na Unicamp. Por dois anos foi Professor Visitante da Escola de Música da UFRJ.
Talvez a diversidade cultural existente em Goiânia, aliado ao acolhimento peculiar dos goianos, fizeram com que Medalha, escolhesse Goiânia como sua cidade.
Luiz Medlha foi professor efetivo da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás. Hoje se considera goiano de coração e após a aposentadoria continuou a viver no centro oeste do país.
Ouviremos a extraordinária performance de Luiz Medalha interpretando o primeiro movimento Andante – Allegro do Concerto n. 3 opus 26 de Seguei Prokofiev (1891 –1953) – gravado em 04 de junho de 1975 pela Rádio de Santiago – Chile Com a Orquestra Sinfônica do Chile conduzido pelo maestroalemão Volker Wangenheim (1928 – 2014).
Observe a interpretação magnifica de Luiz Medalha desse terceiro concerto de Prokofiev. Esse concerto, o mais popular e mais aclamado pela crítica, irradia vitalidade e lirismo, acompanhado das dissonâncias que caracterizam o compositor russo.
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Dizem alguns críticos , que a carreira de Luiz Medalha, foi brilhante e que como pianista, era, em termos de performance comparável a Nelson Freire. Vida longa ao artista e professor, uma pena que não se apresente mais ao público.
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A potência de Luiz foi sempre marco e orgulho para mim que, ainda criança, acompanhava seus sinais e virava as páginas das partituras, enquanto ele estudava. As mãos de Luiz no piano são de beleza indescritível. Técnica e sentimento expressam-se no som que preenche salas de concerto por onde passe.
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