um tesouro escondido no terceiro andar do Palácio Capanema

Dom Pedro II, Imperatriz Thereza Christina Maria e as Princesa Isabel e Princesa Leopoldina
Justamente na semana das comemorações do Dia do Patrimônio Histórico, surgiram rumores de intenção de leiloar o Palácio Capanema.

Segundo o site do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o projeto do Palácio Capanema , foi desenvolvido por uma equipe de arquitetos chefiada por Lúcio Costa, com a participação de Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Jorge Machado Moreira, Carlos Leão e Ernany de Vasconcelos, a partir de estudos deixados por Le Corbusier durante sua estadia no Rio de Janeiro, em 1937.
O edifício tombado pelo Iphan em 1948, representa o marco da arquitetura moderna em nosso país. A área ocupada pelo prédio de 16 pavimentos possui jardins, projetados por Burle Marx.
No terceiro andar do Palácio Capanema, está o acervo de música da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Com mais de 250 mil peças, reúne uma vasta coleção de livros, partituras, fotografias, programas de concerto, manuscritos e libretos de ópera, todos eles guardando alguma relação com a história da música no Brasil e no mundo, de fundamental relevância para pesquisadores e musicólogos.
Abordaremos hoje, parte desse acervo – A Coleção Thereza Christina Maria.
Segundo Pedro Persone:
“A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro abriga um verdadeiro tesouro na sua Divisão de Música: o acervo musical da Coleção Theresa Christina Maria. Vasto e praticamente inexplorado, esse acervo contém partituras trazidas e/ou adquiridas pelas imperatrizes Leopoldina (1797-1826) e Theresa Christina (1822-1889)”
Acervo dessa coleção é constituída de partituras em primeira edição, livros raros e periódicos que pertenceram às Imperatrizes Dona Leopoldina (1797-1826), e Dona Thereza Christina Maria (1822-1889). Dona Leopoldina era uma colecionadora compulsiva e dela eram a maioria das partituras do acervo, muitas das quais vieram com ela de sua Áustria natal.

A doação dessa coleção foi feita por Dom Pedro II (1825-1891), já no exílio em Portugal, após a proclamação da República em 1889, juntamente com outras relíquias: livros, documentos, fotografias, coleções, objetos de sua propriedade particular, ao povo brasileiro, com o propósito de que o nome de sua esposa, Thereza Christina, fosse sempre lembrado pelos brasileiros.

O conjunto de obras musicais da Coleção Thereza Christina Maria, pertencente ao acervo de Música e Arquivo Sonoro da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro é mesmo um verdadeiro tesouro. Criada em 1952, a Divisão de Música foi formada principalmente pela Coleção da Real Biblioteca Nacional, levada para o Rio de Janeiro pela corte portuguesa em 1808. A Coleção Thereza Christina Mariafoi formada a partir de doações de Dom Pedro II e pela aquisição do acervo da biblioteca do colecionador cearense Abraão de Carvalho em 1950.
A princesa Thereza Christina de Bourbon, que dá nome a coleção, nasceu em Nápoles em 14 de março de 1822 e morreu no Porto – Portugal em 28 de dezembro de 1889. Essa filha mais nova do rei Francisco I e sua segunda esposa, Maria Isabel de Bourbon, fez com o futuro Imperador Pedro II, em 1843, um casamento “arranjado” como era o costume daquela época. Era mulher culta e tinha profundo interesse por arqueologia, e trouxe ao Brasil nao só as suas coleções de arte, mas também uma comitiva de artistas, intelectuais, cientistas, músicos e artesões, como sua sogra, Dona Leopoldina, fizera tantos anos antes.

Adentrar por este precioso acervo, nesse prédio histórico, é uma maneira de conhecer melhor a nossa tradição e também a significativa presença da música europeia no Brasil imperial.
As sonatas a quatro mãos de Mozart fazem parte da coleção e foram manuseadas e interpretadas pela Princesa Leopoldina e pelo compositor Sigsmund Neukomm(1778-1858) na corte de Dom João V no Rio de Janeiro.

Ouviremos a Sonata K 521 a quatro mãos de W. A. Mozart (1756 – 1791) interpretada pela pianista argentina Marta Argerich (1941) e pelo pianista russo Evgeny Kissin (1971)
Observe a elegância e surpresas apresentadas nessa sonata de Mozart.
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Um! Diálogo, entre Estumento e Estrumentistas: Uma Hamonia Universal, Belisima Melódia.
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